Brasileiro condenado à morte na Indonésia pode ser executado a partir de terça-feira

O brasileiro condenado à morte na Indonésia por tráfico de drogas, Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, recebeu notificação na madrugada deste sábado (25) de que será executado por fuzilamento a partir da terça-feira (28). Gularte foi preso em julho de 2004 ao entrar no país com seis quilos de cocaína camuflados em pranchas de surfe. No ano seguinte, foi condenado à morte.

A informação sobre a notificação foi fornecida pelo Itamaraty, acrescentando que as autoridades brasileiras seguem em negociação na tentativa de reverter a pena. Pelas leis indonésias, a confirmação oficial da execução ao prisioneiro tem de ocorrer com, pelo menos, 72 horas de antecedência. O Itamaraty informou que houve uma reunião, na última quinta (23), entre o encarregado de negócios do Brasil na Indonésia e autoridades do país para falar sobre a execução.

No Brasil, na última sexta (24), o subsecretário-geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães, também se reuniu com o encarregado de negócios da Indonésia no Brasil. Na ocasião, mais uma vez foi expresso o pedido brasileiro de reversão da pena. Também na sexta, o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) voltou a pedir clemência para Gularte.

Magalhães disse ao ministro conselheiro da Indonésia Rizki Safary que, embora o governo brasileiro não desconsidere a gravidade do crime cometido por Gularte e respeite a legislação local, apelava para que ele não fosse fuzilado por “razões humanitárias”, já que foi diagnosticado com esquizofrenia.

O governo brasileiro também tenta uma outra abordagem e está em contato com outros países que têm cidadãos no corredor da morte indonésio. O advogado de Gularte deve ainda apresentar mais uma vez um pedido de transferência da guarda dele para representantes da família – com base em um pedido de tutela feito por uma prima do prisioneiro – sob a alegação de que ele sobre de esquizofrenia. Caso seja concedida a tutela, o advogado tentará obter a clemência junto à Suprema Corte da Indonésia.

As relações entre Brasil e Indonésia estão estremecidas desde a execução do brasileiro Marco Archer Moreira, em 18 de janeiro, condenado por tentar entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína. Em represália, a presidente Dilma se recusou a receber as credenciais do novo embaixador indonésio no Brasil, Toto Riyanto, em 20 de fevereiro. Por isso, hoje o principal representante indonésio no Brasil é um ministro conselheiro e não o embaixador.

Da redação do blog do edy.com. br

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