Sem Padilha, na mira da Lava-Jato, governo monta força-tarefa para mudar Previdência

Preocupado com a forte resistência entre parlamentares aliados à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência e sem seu principal negociador com o Congresso, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), o governo montou uma força-tarefa para viabilizar a aprovação da medida até meados deste ano.

O objetivo no Palácio do Planalto é evitar problemas na base em função do vácuo provocado pela ausência de Padilha, que não tem data certa para retornar a Brasília, e que isso emperre a tramitação da proposta.

O alerta de que seria preciso agir rapidamente ficou mais intenso nos últimos dias, considerando não só o afastamento por motivos médicos, mas o enfraquecimento político de Padilha, citado nos depoimentos da Odebrecht.

O próprio presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, estão na linha de frente do grupo que pretende assegurar a aprovação da reforma, em meio ao pânico generalizado no Congresso pelos desdobramentos da Lava-Jato.

O governo montou um time, agora temos que começar a jogar e mostrar resultados. O vácuo deixado por Padilha é grande, mas até ele retornar vamos tocar essa pauta para não ter atrasos. Não tem o que esperar. O motor continua girando — afirma um dos integrantes do grupo.

Para o governo, o tempo é inimigo. A avaliação no Palácio do Planalto é que haverá um esvaziamento político e menos espaço para aprovar as medidas econômicas se a reforma não for aprovada até meados deste ano.

A partir do segundo semestre, deputados e senadores começam a ver no horizonte as campanhas eleitorais de 2018, tornando mais difícil convencer o Congresso a aprovar uma reforma impopular.

Da Redação do Blog do Edy Vieira/O Globo

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