O Tribunal Regional do Trabalho da 6° região acatou um mandado de segurança da Petrobras e decidiu pelo desbloqueio do valor de R$ 126,66 milhões da conta da estatal, que seria destinado ao pagamento dos funcionários ligados ao consórcio Alumini, que atuavam nas obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest). O bloqueio tinha sido determinado no último dia 25, pela 1° Vara do Trabalho de Ipojuca, e foi efetivado dois dias depois.
Segundo o diretor de base do sindicato que representa a categoria, o Sintepav-PE, Rogério Rocha, a ordem teria sido expedida pelo juiz Helio Luiz Fernando Galvão. Rocha informou que os trabalhadores estão desapontados com a decisão. “Temos pessoas passando necessidades e mais de 2 mil trabalhadores desalojados, fora dos seus estados de origem, sem ter recursos para retornar”, lamentou. Segundo o representante, o movimento grevista que até agora tinha sido pacífico pode ganhar novos direcionamentos. “Os trabalhadores já estão falando em transformar a refinaria em um caos”, comentou.
Ainda de acordo com Rocha, o advogado do sindicato está tentando recorrer da decisão e a entidade pretende pedir uma audiência com o TRT na próxima terça-feira.
Os débitos da Petrobras com a Alumini chegariam a R$ 1,2 bilhão. A dívida teria sido gerada por suspensão de pagamentos dos contratos firmados investigados pela Operação Lava Jato. No total, a dívida trabalhista chega a R$ 137,53 milhões, dos quais a estatal já teria comprovado o pagamento de quase R$ 11 milhões. Desse montante, R$ 7,73 milhões foram destinados apenas à empresa Barbosa Mello, uma das integrantes do consórcio Alumini. O pagamento do valor já tinha sido determinado pela Justiça, no último dia 11, mas o prazo foi finalizado sem que o acordo fosse cumprido, levando ao bloqueio.
Da redação