No Dia Nacional de Combate ao Fumo, descubra os perigos de usar o narguilé

Propagado como inofensivo, o narguilé, uma espécie de cachimbo com água bem comum em países do Oriente Médio, representa um enorme risco à saúde. O objeto, muitas vezes atraente aos olhos e divulgado como “natural”, tem virado moda entre os jovens e por isso será um dos focos do Ministério da Saúde em campanhas de combate ao fumo neste ano. Testes apontaram que 40 minutos de experiência no equipamento equivalem ao consumo de cerca de cem cigarros. Ele tem se tornado um dos principais desafios a ser vencido nas ações de combate ao tabagismo, que serão reforçadas neste sábado (29), no Dia Nacional de Combate ao Fumo.

A pesquisa internacional “Reduzindo o uso do narguilé – Um desafio para o século XXI” estima que cerca de cem milhões de pessoas no mundo usam diariamente o utensílio para fumar tabaco. No Brasil, a Pesquisa Especial sobre Tabagismos (PETab), realizada em 2008 pelo IBGE, em parceria com o Inca, mostra que, à época, 300 mil brasileiros eram consumidores. Já a pesquisa “Perfil do Tabagismo entre Estudantes Universitários no Brasil (PETuni)”, também coordenada pelo Inca, divulgada em 2011, que ouviu estudantes da área de saúde de Brasília e São Paulo observou que 63% a 80% deles fizeram uso do narguilé.

Outro levantamento com estudantes de medicina de uma Universidade em São Paulo mostrou que a experimentação entre alunos do 3º e 6º anos foi de 47,32% e 46,75%, respectivamente.

Pneumologista do Hospital Jaime da Fonte, Guilherme Costa destacou que diferente do que as propagandas boca a boca insistem em chamar de “fumo natural”, o narguilé é tão ou mais nocivo que o cigarro comum. “Ele só tem forma diferente de combustão, mas é uma combustão do fumo do mesmo jeito. Então, como é que ele pode ser menos maléfico? Como pode ter qualquer propriedade benéfica? Até hoje já foram identificadas 4.720 substâncias tóxicas inaladas por esse tipo de combustão”, alertou.

Para piorar a situação, o cachimbo de água não tem filtro o que leva essa fumaça cheia de partículas direto ao pulmão. “No caso do cigarro, o filtro retém as partículas maiores, mas as menores passam. Já no narguilé não tem filtro. E até as partículas maiores vão ser depositadas no pulmão, podendo originar doenças como enfisema, diversos tipos de cânceres e descompensar quadros alérgicos”, explicou.

O narguilé comporta uma quantidade de fumo até 30 vezes maior que o cigarro e até 20 vezes mais nicotina, o que potencializa e muito a exposição a substâncias nocivas. Levantamentos também apontam que o alto índice de monóxido de carbono inalado neste cachimbo leva à hipóxia cerebral, que é uma diminuição da oxigenação do cérebro.

O corretor Giovanni Brito, 35, é fumante há mais de 20 anos, só que há um ano foi presenteado com um narguilé. “Muita gente acha legal, mas ele é bem forte. Não é tão simples como muita gente pensa. O teor de nicotina é muito maior que o cigarro normal”, comentou. Ele acrescentou que muitos amigos não fumantes fazem o uso do equipamento porque acham interessante os aromas do fumo que vem em apresentações como canela, banana e chocolate.

A jovem Ana Marques, 22, foi uma dessas seduzidas pelo diferencial, mas que sentiu na pele essa “bomba” de nicotina. “Usei umas duas vezes, mas me senti estranha. Meio tonta. Depois disso não usei mais”, contou.

Da Redação do Blog do Edy Viera/JC Oline

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