HPV: é preciso conscientizar pais

A cobertura vacinal do HPV no Recife tem caído. Em 2014, a primeira dose imunizou 100% do público-alvo, mas a segunda, apenas 42,2%. Já neste ano, a primeira etapa alcançou, em março, 42,4% das meninas de 9 a 11 anos. Agora, a Secretária de Saúde tenta virar o jogo e conseguir conscientizar e sensibilizar os pais da importância da vacina contra o vírus, que é responsável por 70% dos casos de câncer de colo de útero. A meta da campanha nesta segunda fase de 2015 é imunizar 80% do grupo prioritário, ou seja, 34,2 mil meninas.

“Somente uma dose não imuniza a adolescente contra o HPV, por isso é necessário que os pais levem as filhas para tomar a segunda dose da vacina”, alertou a coordenadora do Programa de Imunização do Recife, Elizabeth Azoubel. A gestora destacou ainda que outra negativa dos pais em permitir a vacinação é relacionar a vacina como estímulo à vida sexual das adolescentes. “Verificamos esse comportamento dos pais neste ano. Muitos alegaram que a imunização seria um incentivo ao início da vida sexual. Mas eles precisam entender que ela é uma prevenção importante para o futuro dessas crianças”, destacou.

Além de estar disponível desde o início do mês em todos os postos de saúde, policlínicas e Upinhas, as ampolas também começaram a ser administradas nesta semana nos colégios da rede municipal. “Nas escolas está o aglomerado maior de meninas nessa faixa etária. É uma estratégia boa, porque em pouco tempo se consegue vacinar um número bem grande de meninas e não há aquela dependência delas procurarem um posto”, comentou.

Elizabeth Azoubel explicou que as unidades de ensino montaram cronogramas próprios junto à gerência de saúde dos Distritos Sanitários para que técnicos administrem as doses no horário de recreio. Só são imunizadas as estudantes autorizadas pelos pais. Este foi o caso, por exemplo, de Manuela Fernandez, 10 anos, aluna da Escola General San Martin. “Tomei a primeira dose no posto e minha mãe disse que poderia tomar a outra aqui. Minha mãe disse que era importante e eu também vi na televisão. Sei que é contra o câncer no futuro”, disse.

Já Julia Gabriela e Maria Rita, ambas de 9 anos, não tinham tomado a primeira dose em março e fizeram a imunização ontem. Apesar do medo e reclamarem da picada, as meninas foram orientadas sobre a necessidade da vacinação. A coordenadora do Distrito IV, Andrea Albuquer informou que, para suprir o déficit vacinal de outras etapas, a campanha de agora está vacinando as crianças e adolescentes que não completaram o calendário vacinal. Isso inclui adolescentes que já completaram 14 anos e tomaram só a primeira dose da vacina e as adolescentes de até 13 anos que ainda não receberam nenhuma dose.

O cronograma de imunização para o HPV prevê uma primeira aplicação e, seis meses depois, a segunda. Uma terceira deve ser administrada em cinco anos. A campanha segue até o fim do mês.

Da Redação do Blog do Edy Vieira

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