Em nota enviada ao Jornal do Commercio, a Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig informa que a decisão de liberar mais água de Três Marias compete ao Grupo colegiado coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e com assessoramento técnico do Operador Nacional do Sistema (ONS). Portanto, se este grupo, cuja reunião está marcada para o próximo dia 27/10, assim o decidir, caberá à Cemig implementar.

Contudo, a Cemig também realiza suas análises, pois dispõe de equipe própria com expertise em hidrologia e meteorologia, possuindo grande conhecimento e experiência na bacia e procura sempre levar suas análises e estudos para subsidiar a escolha da melhor decisão. Para a Cemig, neste momento, parece oportuno reduzir-se as vazões em Sobradinho, talvez para algo próximo dos 800m3/s, caso contrário ambos atingirão níveis perigosos ou comprometerão significativamente o próximo ano, caso tenhamos uma nova estação desfavorável em precipitações.

Segundo a empresa, se até hoje ainda não se passou para 600m3/s não é única e exclusivamente por impedimento da Cemig, que não possui esse poder, mas porque suas avaliações sempre trouxeram confiança e subsidiaram essas instituições que podem decidir essa questão. E que sempre acata e acatará as decisões das instituições (ANA e ONS) mas destaca alguns os pontos de preocupação com relação à eventual elevação 600m3/s.

A empresa afirma que a qualquer instante a barragem de Três Marias pode mandar mais água para Sobradinho, mas o contrário não é possível. Portanto, a água continua armazenada para que, tecnicamente, se entenda qual o melhor momento de liberá-la para jusante.

Ainda segundo ela, o reservatório de Sobradinho, nesta época do ano, evapora 5 vezes mais água; que é tão maior quanto mais for aumentado o espelho d’água. O reservatório de Sobradinho possui descarregador de fundo, operacional, tendo, portanto, toda a facilidade para usar o volume morto do reservatório. Além disso, existe possibilidade de ser repassada esta água até mesmo pelas turbinas; o que não é possível em Três Marias, a não ser em condições muito desfavoráveis e comprometedoras para as turbinas. Já a barragem de Três Marias não possui descarregador de fundo, isto significa que o reservatório não pode abaixar de 0%, pois o rio São Francisco ficaria mais de 120 km seco até a entrada do rio das Velhas, já que o rio Abaeté, está muito baixo nesta época do ano.

Na reunião da aproxima terça-feira no Grupo colegiado coordenado pela Agência Nacional de Águas (ANA) vai colocar esses pontos preocupantes e lembrou que em audiência pública da comissão mista permanente sobre mudanças climáticas do Congresso Nacional, o IBAMA também manifestou preocupação com eventual aumento da vazão de Três Marias para 600m3/s, face as questões colocadas pelo ONS e pela Cemig, mas aguardará a decisão da reunião colegiada.

Da Redação do Blog do Edy Vieira