Um item que contribuiu com o aumento da cesta básica foi o feijão. Desde o início de janeiro, o preço do alimento teve um aumento de mais de 50%. Em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, o consumidor já está diminuindo a quantidade de pacotes que leva para casa por conta do alto preço do produto.
A auxiliar de serviços, Veraci Veloso, ficou surpresa quando começou a fazer as compras do mês e teve que levar menos pacotes dois pacotes de feijão carioca, em vez de quatro como é de costume. “Vou levar dois quilos, geralmente eu levo quatro ou cinco quilos por mês. Hoje eu vou levar dois quilos, porque está caro e não tem condições”.
Em um supermercado de Petrolina, por exemplo, o feijão carioca está custando até R$7,60, o que é R$9,55% mais caro que no início de janeiro, quando estava sendo vendido por R$4,94. Uma diferença que pesa na hora de fazer as compras do mês. Até porque, esse é um alimento que está presente diariamente na mesa da maioria dos brasileiros.
A aposentada Maria Ozana Campos substituiu o tradicional mulatinho pelo feijão de corda, e economizou R$3. “O carioca é bom também, mas a gente tem que aproveitar o mais barato”.
Os maiores produtores de feijão do país estão concentrados no Paraná e em Minas Gerais, que tiveram a safra afetada por conta da estiagem. Um estudante de Economia e colaborador de um projeto que calcula o índice da cesta básica em Petrolina e Juazeiro, na Bahia, João Paulo da Costa, afirma que a alta vai continuar por um tempo. “A previsão é que volte a ser normalizado a partir da entrada da segunda safra no mercado. Isso vai ocorrer no final de abril para maio”.
E esse aumento, deve influenciar também no preço do principal substituto do carioca, o feijão preto. “O maior substituto do feijão carioca é o feijão preto e ele vai sofrer mais esse choque de demanda e oferta”, explicou o estudante.
Em outro supermercado de Petrolina, os consumidores também estão reclamando do preço do feijão carioca que está custando R$7,29. “A gente não tem como segurar e é ruim para todo mundo, porque para o consumidor final é ruim, mas para nós comerciantes também não é muito bom não, porque a gente tem que trabalhar com a margem mais apertada”, disse o gerente do supermercado, Francisco Givanildo de Souza.
A empresária Hilda Gomes está pesquisando bem antes de fazer a compra do feijão para o restaurante. “Já andei em vários supermercados e a diferença é pouca de um pra outro, difícil para a gente trabalhar”. (G1)