Agentes penitenciários denunciam que armas são arremessadas no Complexo do Curado

Após mais de 20 dias de denúncias de que os reeducandos do Complexo Prisional do Curado circulam livremente entre pavilhões e celas portando facões e telefones celulares e uma semana após a rebelião que vitimou dois detentos e um sargento da Polícia Militar, a vida dentro dos muros da prisão continua a mesma. A afirmação é do Sindicato Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco (Sindasp-PE), feita nesta terça-feira (27) ao Portal FolhaPE. Segundo representantes da entidade, facões, foices e drogas continuam sendo arremessados por cima dos muros, da mesma forma como ocorria semanas atrás. Ainda de acordo com eles, armas de fogo também estão presentes entre os itens proibidos que circulam livremente pela unidade prisional.

O complexo do Curado conta com 1.500 vagas para homens em ressocialização, mas comporta uma população de cerca de sete mil. Para manter a ordem em cada um dos três presídios atuam entre três e cinco agentes penitenciários por plantão. O resultado disso, segundo os agentes, é que não há como controlar o fluxo de reeducandos nas dependências dos pavilhões. Sendo assim, a figura do “chaveiro” permanece no Curado, cabendo aos próprios detentos o controle dos pavilhões, como a liberação de presos para irem a escolas ou consultas médicas. O comércio de armas brancas também continua. A média de preço para adquirir um dos materiais é de R$ 300.

Um agente que preferiu não se identificar enviou fotos ao FolhaPE de foices e drogas que teriam sido arremessadas nesta terça-feira. “Provavelmente esse material caiu na chamada ‘área de segurança’, entre uma cerca e outra, porque se caísse na área em que os presos ficam não teriamos como apreendê-las”, contou. Ainda segundo ele, os detentos chegam a zombar dos policiais que ficam na guarita. “Até quando tem policial na guarita, ele não pode atirar, porque tem medo de se prejudicar judicialmente. E atirar bala de borracha também não adianta mais, porque o preso até se machuca, mas consegue ir até o local pegar as coisas que foram arremessadas. Já jogaram até armas”, relatou.

Da redação do blog do edy.com.br/Folha de PE

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