Aécio deve ser incluído nas investigações da Lava Jato. Provas já são suficientes

“Esquecido” pela justiça e ignorado por  setores da mídia brasileira, a Lista de Furnas – esquema de desvio de verbas da Companhia Energética de Minas Gerais para abastecer as eleições do PSDB, voltou ao centro de debate. Isto porque, nesta semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot convidou para uma conversa os deputados federais do PT mineiro, Padre João e Adelmo Leão e o deputado estadual também de Minas Gerais, Rogério Correia.

 Motivou o convite de Janot o fato dos parlamentares mineiros terem protocolado na Procuradoria Geral da República (PGR), no último dia 19, um pedido para investigação do envolvimento do ex-candidato à Presidência da República, presidente do PSDB e senador Aécio Neves (PSDB-MG) no desvio de recursos de Furnas. Participaram também do encontro com o procurador, os deputados  Pedro Uczai (PT-SC) e Fernando Marroni (PT-RS). 

 O deputado Padre João contou que a conversa com o procurador durou mais de uma hora. Segundo ele, nessa conversa, os parlamentares detalharam sobre a Lista de Furnas, apontando que, na lista, existem pessoas que receberam recursos do esquema e estão dispostas a testemunhar.  Além disso, explicou Padre João, o debate girou em torno do trabalho de investigação da procuradora Andrea Bayão. Nesse ponto, segundo o deputado, o procurador se mostrou “surpreso” sobre  as razões  desses processos se encontrarem  nos Estados do  Rio de Janeiro e de Minas Gerais.

 “O procurador se mostrou um pouco surpreso porque os processos  referem-se  a uma pessoa de foro privilegiado. Eu creio que ele vai solicitar que esses processos subam para a PGR porque é de competência dele”, avaliou Padre João. O petista disse ainda se sentir confiante porque, segundo ele, ficou claro que o procurador-geral da República demonstrou compreensão diante da complexidade do caso.

 “Então, estamos dando trilhas legais e verdadeiras para que a PGR  abra inquérito para apurar e investigar. Isso, com certeza, vai dar maior credibilidade a essa instituição que, graças a Deus, já não é a mesma de passados recentes”, frisou.

 O caso – O nome do tucano aparece como um dos principais envolvidos no esquema de Furnas. Segundo a lista do lobista Nilton Monteiro, autenticada pela Polícia Federal, entre os tucanos envolvidos, Aécio Neves aparece recebendo um  repasse no valor de R$ 5,5 milhões.

 Recentemente, o nome do senador mineiro foi excluído pelo procurador Rodrigo Janot da lista de investigados na Operação Lava-Jato, embora o pivô do esquema, o doleiro Alberto Yousseff, tenha afirmado em delação premiada que o tucano estaria envolvido no esquema. No depoimento gravado em vídeo, Yousseff afirma ter transportado para o ex-deputado pelo PP José Janene propinas pagas pela empresa Bauruense por contratos em Furnas.

 O doleiro disse ainda que a influência do senador tucano sobre uma diretoria de Furnas rendeu a ele pagamentos mensais entre 1994 e 2001.

 O esquema relatado pelo doleiro foi alvo de uma denúncia realizada em 2012 pela então procuradora do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, Andrea Bayão. À época da denúncia, a procuradora já havia acumulado provas que apontavam para a abertura de um inquérito.

Da redação do blog do edy.com.br

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