O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou a prisão preventiva de seis policiais militares, entre eles, um policial reformado e um ex-vereador, acusados de atuarem como milícia privada em Abreu e Lima, no Grande Recife. As prisões aconteceram entre os dias 11 e 14 de julho, atendendo a um recurso do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
Entre os presos está Rostand Cavalcanti Belém, cabo reformado e ex-vereador de Abreu e Lima. Além dele, também foram detidos e encaminhados ao Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), em Abreu e Lima, os subtenentes da reserva remunerada Jorge Lopes de Freitas e Robson Quintino dos Santos, o 2º sargento Paulo Ditácio de Oliveira, o cabo Edmilson Silva de Lima e o soldado Aprígio Juvenal de Arruda Neto.
De acordo com a investigação do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), iniciada em 2023, os policiais cobravam uma “taxa de proteção” semanal de R$ 50 a comerciantes de bairros como Caetés I. A remuneração abusiva, além de ser obrigatória, somava-se a ameaças e já durava cerca de dez anos.
Há pouco mais de um ano, os seis PMs chegaram a ser presos temporariamente em uma operação da Polícia Civil, mas o pedido do Ministério Público para conversão da prisão temporária em preventiva de todos foi negado pela Vara Criminal da Comarca de Abreu e Lima.
Com o argumento de que o recolhimento dos policiais era necessário para o andamento do processo, o MPPE entrou com um recurso na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que concordou com os argumentos e decretou a prisão da suposta organização criminosa.
O MPPE ainda aponta que as atividades da milícia armada continuaram mesmo após a operação, em julho do ano passado, e que há indícios de que a prática era o modo de vida dos investigados, com braços institucionais e políticos.
Fonte: CBN Recife/ Foto: Reprodução