Janot diz que há ‘elementos muito fortes’ para investigar Eduardo Cunha

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse, em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que há “elementos muito fortes” para investigar o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Janot deu o parecer para defender a continuidade do inquérito aberto para investigar Cunha.  O documento, protocolado na última quinta-feira (30) e disponibilizado pelo STF nesta segunda (4), responde a um pedido do deputado para arquivar a investigação.

Por meio da assessoria de imprensa, Eduardo Cunha disse considerar “estranho” o teor do comentário de Rodrigo Janot e afirmou que trata-se de “mais uma tentativa de tentar envolvê-lo na denúncias” (leia mais ao final desta reportagem).

A decisão sobre o pedido, sem data prevista para ocorrer, caberá ao plenário do STF, já que, na condição de presidente da Câmara, Cunha só pode ser julgado pelo conjunto dos integrantes da Corte.

“Malgrado até o momento não tenha como precisar se os valores mencionados nos termos em questão foram entregues diretamente ao deputado federal Eduardo Cunha, fato é que o colaborador Alberto Youssef reiterou, e com razoável detalhamento, que Eduardo Cunha era beneficiário dos recursos e que participou de procedimentos como forma de pressionar o restabelecimento do repasse dos valores que havia sido suspenso, em determinado momento, por Júlio Camargo”, disse Janot na peça.

O inquérito aberto no STF sobre Eduardo Cunha está baseado em relatos feitos pelo doleiro Alberto Youssef em acordo de delação premiada. Nos depoimentos, ele diz que Eduardo Cunha e o PMDB era destinatários de propina paga pelas empresas Samsung e Mitsui num contrato de aluguel de sondas celebrado com a Petrobras. O deputado nega as suspeitas (leia mais abaixo).

Nas delações, o doleiro também contou que, em 2011, Cunha teria pressionado um dos empresários que pagavam a propina por meio de requerimentos aprovados na Câmara cobrando explicações das empresas sobre o contrato.

Os requerimentos, apresentados ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério de Minas e Energia, foram assinados por outros dois deputados. O objetivo seria pressionar o empresário Júlio Camargo a retomar o repasse de valores desviados dos contratos para o PMDB, que teria sido interrompido à época.

Da Redação do Blog do Edy Vieira/G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *